De acordo com Worldometer, o país mais intensamente flagelado pelo covid é o Peru, país com o maior número de mortes por covid por habitante, com 6,247 óbitos por milhão de habitantes, mais de 6 óbitos por 1.000 habitantes, duas a três vezes mais que os demais países da região. O recorde, tão macabro quanto assombroso, eclodiu repentinamente em meio à epidemia, quando uma revisão dos dados alterou o número de óbitos no país, deslocando-os da média regional para um patamar quase 3 vezes maior. Desde a surpreendente revisão de dados, o Peru tem mantido taxa surpreendentemente maior que todo o resto do mundo. Não encontrei explicação para tal revisão, que nas linhas abaixo será desconsiderado.
Desconsiderando-se o suspeito recorde peruano, um mesmo padrão se descortina entre as 10 maiores mortandades por covid: todos pertencem à Europa Oriental, a região de influência da antiga União Soviética.
Conhecida na época como “Cortina de Ferro”, a região foi fortissimamente acossada pela espionagem estadunidense que logrou implantar nas mentes dos povos locais uma intensa desconfiança relativa a tudo o que emana de poderes centralizados. A desconfiança generalizada relativa ao pandemônio tem minado as campanhas de vacinação, impossibilitando que as populações locais atinjam altas taxas de vacinação contra covid. As taxas de vacinação na região encontram-se entre as mais baixas da Europa, tipicamente entre 30% e 40% da população estava vacinada em fevereiro de 22, contra 70% a 80% nos países mais ricos do continente. Assim, a porcentagem de não vacinados, nesses países, é aproximadamente 3 vezes maior que na parte rica da Europa.
A reduzida taxa de vacinação local tem sustentado a versão corrente de que a alta mortalidade regional se deve à falta de vacinação. A Holanda, com aproximadamente 70% de habitantes completamente vacinados, aproximadamente o dobro da vacinação na região, apresentou na semana anterior a 4 de fevereiro, uma média diária de 78.770 novos casos diários, contra 6 óbitos por covid, perfazendo uma letalidade menor que 0,01% para a doença.
Versão alternativa, baseada em desconfiança sobre as narrativas oficiais, sugere que a altíssima letalidade na região se deva a pressões para que a população local abdique da resistência à vacina.
Embora, superficialmente, os números pareçam favorecer fortemente a versão oficial, análises mais precisas expõem a natureza paradoxal da versão oficial.
O estranho caso da Bulgária
A quantidade estrondosa de óbitos na Bulgária, por exemplo, muito maior que a de outros países, descontrolou-se pouco antes das eleições presidenciais locais, quando o “candidato de Harvard”, queridinho dos meios de comunicação ocidentais, despontou como possível vencedor, impulsionado pela quantidade de óbitos por covid que não parava de aumentar, jogando a Bulgária no topo da mortalidade pela doença, prestes a chegar a 5 óbitos por mil habitantes.
A Bulgária chegou a ter mais que 25 mortes diárias por mil habitantes, na semana anterior a 14 de novembro, véspera da eleição, um assombro. Apesar da manchete comemorativa do Globo, em 15 de novembro, e do impulso recebido em decorrência da quantidade assombrosa de óbitos atribuída à gestão do oponente, o candidato de Harvard perdeu no segundo turno, uma semana depois. Uma mortalidade gigantesca, de quase 10 óbitos diários por milhão de habitantes continua a ocorrer na Bulgária, como que por inércia.
As considerações acima adicionam novas estranhezas aos dados referentes ao pandemônio.
A variante ômicrom acabou pegando o país nesse contrapé, impondo, como se por inércia, uma letalidade superior a 1% na semana anterior a 21 de janeiro de 2022, 130 vezes maior que a da Holanda, referida anteriormente e dificilmente explicável pela redução à metade do contingente de vacinados.
O caso da Bulgária corresponde apenas a mais uma estranheza, em meio a tantas outras, nesse pandemônio generalizado.
Surto coletivo talvez explique mortes por covid. Vacina talvez explique surto em Recife.
https://revistaforum.com.br/brasil/2022/4/8/surto-coletivo-acomete-26-alunos-em-escola-do-recife-samu-enviou-viaturas-112767.html