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Writer's pictureGustavo Gollo

Hora de avaliar a eficácia da vacina Pfizer sob condições de armazenamento autorizadas no Brasil



Todos os testes da vacina Pfizer foram realizados sob condições ideais de armazenamento, naturalmente. Isso significa que a vacina esteve acondicionada sob temperaturas inferiores a -60ºC .


Os serviços de saúde brasileiros, no entanto, não possuem as condições de armazenamento exigidas pela Pfizer para o acondicionamento de suas vacinas, que devem ser conservadas sob temperaturas entre -90ºC e -60ºC . Em nossas terras tropicais, alegando que “estudos mostraram que a flexibilização da temperatura de conservação não prejudica a estabilidade do imunizante”, a ANVISA “flexibilizou” o armazenamento dessa vacina, permitindo que seja mantida em temperaturas entre -25ºC e -15ºC por duas semanas. Após negativa peremptória de implementação das caríssimas condições de armazenamento exigidas pela empresa, a Pfizer relaxou suas exigências em face da alternativa imposta pelas instâncias brasileiras competentes de não comprar a vacina. No resto do mundo, naturalmente, as onerosas exigências foram mantidas.


As vacinas Pfizer começaram a chegar ao país em 29 de abril de 2021. 6 meses depois, não recebemos da empresa nenhuma informação sob a avaliação dos resultados dessa vacina em nossas terras, conservadas e aplicadas sob condições locais, incluindo nisso as más condições de armazenamento. Uma vez que todos os testes dessa droga experimental foram realizados em condições ideais, diferentes das propiciadas aqui, ficamos sem informações tanto sobre a eficácia dessa vacina em nossas terras, quanto sobre possíveis magnificações de seus efeitos colaterais.


Quando nos lembramos da presteza com que os testes dessa vacina foram realizados, causa espanto que a Pfizer não tenha ainda apresentado nenhuma avaliação de seus resultados no Brasil, sob as condições aqui impostas. (Torço para que a “flexibilização” aprovada pela ANVISA tenha sido endossada pela Pfizer).


Mais espanto ainda, causa constatarmos que os próprios serviços de saúde brasileiros não tenham exigido avaliações desses resultados para continuação da compra de tais vacinas.


Será que as exigências da Pfizer são desnecessárias? Ou as más condições de armazenamento da vacina autorizadas aqui estarão ocasionando uma atenuação de seus resultados? Terão os efeitos colaterais da vacina se multiplicado sob as condições precárias aqui vigentes?


As perguntas acima me parecem óbvias e prementes, especialmente no momento em que a Pfizer pede que a ANVISA aprove a aplicação da droga em crianças de 5 a 12 anos.


Talvez valha a pena continuar aplicando essa vacina no país, e as exigências originais da Pfizer tenham decorrido de algum capricho perfeccionista. Também é possível que nas condições improvisadas por aqui, os resultados da vacina tenham sido insatisfatórios, ou que os danos colaterais causados tenham superado os ganhos.


A mim parece óbvia a responsabilidade da Pfizer de trazer a público tais esclarecimentos. Também me parece espantoso que a ANVISA não tenha cobrado tais avaliações e que ela mesma não as tenha realizado. Também espanta que a comunidade científica brasileira não tenha avaliado o resultado de nossa adaptação improvisada.


Convém ter em mente que resultados satisfatórios eventualmente encontrados na avaliação do improviso nas aplicações das vacinas Pfizer no Brasil, devem resultar no afrouxamento das onerosíssimas condições de armazenamento exigidas pelo fabricante em todo o resto do mundo.


Peço que não se comprem novas doses dessa vacina, pelo menos até ter sido realizada uma avaliação das consequências decorrentes da precariedade no acondicionamento da droga autorizada no país.

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1 Comment


Gustavo Gollo
Gustavo Gollo
Nov 04, 2021

BRASIL NÃO TEM ULTRACONGELADORES PARA ARMAZENAR VACINA DA PFIZER/BIONTECH

https://ictq.com.br/farmacia-clinica/2304-brasil-nao-tem-ultracongeladores-para-armazenar-vacina-da-pfizer-biontech

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