A quantidade de casos de covid registrada no mundo durante as 24 horas de ontem, 29 de dezembro de 2021, atingiu o record exorbitante de 1.613.476, praticamente o dobro do pico diário atingido um ano atrás, e 44% maior que o record anterior de 904.085 casos atingido em 29 de abril. O número é estrondoso, brutal! Trata-se, provavelmente, da ocorrência mais escandalosa de todo o pandemônio desde seu início. Por que uma bomba tão retumbante não está alardeada nas manchetes de primeira página de todos os jornais do mundo?
A surpresa ganha contornos ainda mais gritantes quando lembramos o modo alarmista com que todas as informações relativas à doença vinham sendo alardeados até agora. A mudança radical de postura dos meios de comunicação delineia claramente um enigma. Para solucioná-lo, tratemos de compreender o que vem acontecendo já há certo tempo.
Recapitulemos alguns fatos
Em 10 de novembro, após 3 semanas de redução sistemática, a média semanal diária atingiu um mínimo de 33.462 casos de covid, no Reino Unido.
Em 11 de novembro foi noticiado o primeiro caso da variante ômicrom, surpreendentemente, em um cidadão de Botsuana, onde quase não há sinais de covid (nem muitos casos, nem hospitais lotados, nem aumento da quantidade de mortes).
No mesmo dia, o número de casos no Reino Unido iniciou um aumento regular que perdurou de modo aproximadamente constante até o dia 13 de dezembro, quando o crescimento da curva foi enfaticamente intensificado.
Em 25 de novembro o Financial Times alardeou o gráfico aterrorizante no qual a variante ômicron mostrava um poder de contágio estratosférico.
No Reino Unido, paradoxalmente, desde que o mínimo de casos diários foi relatado, em 10 de novembro, a quantidade de óbitos vem caindo sistematicamente, passando dos 165 casos registrados na média, para 74, ontem, simultaneamente à explosão de novos casos, confirmando o acirramento da redução iniciada no natal.
Entre 20 de novembro e 15 de dezembro os EUA apresentaram os gráficos sinuosos característicos de imprecisão que tem caracterizado seus dados desde o início da pandemia, alternando altas e baixas repentinas e inexplicáveis. Desde 15 de dezembro, no entanto, os EUA parecem ter adotado a estratégia britânica de drástico aumento no número de casos, seguido pela redução de óbitos, acentuada fortemente a partir de 23 de dezembro.
França, Espanha, Itália e Portugal também apresentaram recordes estrondosos ontem.
A justificativa para o estranho fenômeno de redução na quantidade de óbitos simultânea ao aumento vertiginoso do número de casos decorreria da estranheza da variante ômicrom, que teria confirmado a expectativa de ser muito mais contagiosa que as anteriores, e, apesar disso, muitíssimo menos letal, especialmente frente a ataque a população previamente protegida por vacina.
Apesar de aparentemente satisfatória, a explicação tem sido apresentada modestamente, de modo quase acanhado, assim como o estarrecedor aumento no número de infectados.
O que teria levado os meios de comunicação a abafar e quase se calar sobre tão relevantes notícias? (continua amanhã)
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