Nos últimos dias, uma quantidade gigantesca de casos de covid vem se avolumando na Europa e EUA, prenunciando uma explosão sem precedentes. O estrondo já se alastra pela América do Sul e Oceania, sob descaso, no mínimo patético, dos meios de comunicação.
O tsunami à vista é bombástico, escandaloso, mas os jornais noticiam o petardo como se os super recordes de novos casos quebrados sucessivamente, dia após dia, desde o natal, constituíssem a mais suave normalidade, enquanto o monstro ruge estentoreamente.
Por que os meios de comunicação fingem não ver assombro tão gritante? Por que insistem em suavizar todas as notícias sobre a ameaça retumbante?
Reino Unido, EUA, França, Espanha, Itália, Portugal, Grécia, Austrália, Argentina e cada dia mais países vão sendo tomados pela vaga imensa que se assoma. O mundo inteiro vai sendo engolido pelo monstro, fato cada dia mais gritante.
O que poderia estar levando os meios de comunicação do mundo inteiro a fingir tão flagrantemente não estarem percebendo a ameaça gigantesca?
Uma pista parece estar em outra informação igualmente intrigante: enquanto o número de novos casos de covid cresce astronomicamente, a quantidade de óbitos se reduz, nos mesmos países.
Em vista de tal constatação, tem-se aventado que a variante ômicrom seja muito menos agressiva que as anteriores, tornando seus surtos colossais menos funestos que os anteriores. No Reino Unido, especialmente, a relação inversa entre casos e mortes chama forte atenção; desde o registro de 170 óbitos em 8 de novembro, a quantidade de mortes diária se reduziu a 100, enquanto o número de casos foi quase multiplicado por 6.
Exceto no Brasil, regido por um presidente imbecil, só com extrema parcimônia, se tanto, as mortes vêm acompanhando a explosão de casos. Longe daqui, os óbitos têm permanecido em quantidade aproximadamente constante enquanto os novos casos se avolumam descomunalmente.
Se a ômicrom é mesmo muito menos letal que as anteriores, a avalanche descomunal que se descortina talvez se revele branda a ponto de ser encarada como benévola. As 100 mortes diárias que acompanharam os 140 mil casos diários notificados em média nos últimos dias no Reino Unido sugerem uma letalidade muito inferior à de uma gripe comum, podendo sugerir o uso dessa variante como uma espécie de vacina natural, inócua.
A confirmação de tão alvissareira conjectura reverteria a ameaça aterrorizante, transformando o monstro maligno na criatura benévola que viria para nos salvar, compondo um final digno do mais adocicado conto de princesa.
Mas, se sonhamos com o príncipe salvador, por que imaginarmos que expectativa tão melíflua pudesse estar sendo omitida pelos meios de comunicação? Muito mais óbvio seria, em tal caso, que os meios de comunicação explorassem até as náuseas a doce possibilidade.
Alternativa muito mais sombria, no entanto, pode estar na raiz de tal estranheza.
E se o mundo estiver cravado sob o ferrão da ômicron em um estado supersaturado, no qual os milhões de novos casos estivessem sendo mantidos em suspensão sob o risco de um colapso simultâneo brutal de todo o sistema, levando milhões de pessoas aos hospitais do mundo inteiro, abarrotando-os por completo, inundando-os com o maremoto medonho decorrente da instabilidade gerada pela situação insustentável?
Supersaturação
O maremoto que se assoma, o estrondoso número de casos que irrompe a cada dia, assemelha-se fortemente a um estado supersaturado no qual o colapso iminente e simultâneo de todo o sistema aguarda apenas um estalo de qualquer natureza, um sinal que dispare toda a ameaça represada em um mesmo recipiente, como uma garrafa supergelada que congela de uma vez.
Em tal situação, uma notícia de jornal, talvez até um espirro, poderia disparar o colapso do sistema e a avalanche de doentes em direção aos hospitais.
Mas, seria possível que tão estranho fenômeno pudesse ocorrer?
Torçamos para que tão pessimista visão se resuma a ficção e retornemos a elucubrações mais amenas.
O conto de fadas
Sob perspectiva que inexoravelmente será alcunhada “conspiracionista”, o final feliz aventado anteriormente coroaria todos os esforços da população comandada por benévolos e sábios filantropos produtores de vacinas, máscaras e de todos os protocolos com os quais a humanidade teria, após 2 anos de luta renhida, vencido o pavoroso inimigo. A história encantada ainda deixaria o gancho para a próxima temporada, “Covid 22, o retorno”, daqui a 6 meses ou um ano, estrelada por nova variante mais letal que todas as anteriores, compelindo as populações ao confinamento e vacinação, atitudes com as quais combaterão o novo e terrível vilão, e o vencerão. O prazo ainda permitiria uma reformulação da vacina da Pfeizer, depois da bola fora da empresa que escolheu como alvo para sua vacina, exatamente, a proteína que sofreu mais de 30 alterações, na ômicrom.
Embora jocosamente fantasiosa, a alternativa do conto de fadas ao menos propicia alguma explicação para o estranhíssimo fenômeno constituído pelo silêncio dos meios de comunicação sobre a ameaça iminente, o maremoto que se agiganta a cada momento. Em resposta à acusação de que a suposição seja excessivamente quimérica, de qualquer modo, pode ser alegado que tão estapafúrdia explicação quanto ao descaso relativo à ameaça monstruosa, só possa ser contrabalançada por justificativa equivalentemente estrambótica, não sendo mais irrealista imaginar tão absurda conspiração, que acreditar que ninguém, em nenhum dos meios de comunicação do planeta, tenha percebido a imensidão do monstro que nos espreita.
Em defesa da abstrusa conjectura, evoco a lembrança da não menos absurda nota emitida pela Organização Mundial de Saúde, em 14 de dezembro do ano passado (2020) e reeditada em 13 de janeiro, recomendando que os testes PCR que atestam a positividade do vírus passassem a ser executados seguindo as recomendações dos fabricantes, deixando assim de executar as múltiplas replicações que acabavam por gerar uma inundação de falsos positivos.
A nota emitida pela OMS foi a responsável pela derrogação do grande pico ocorrido um ano atrás. O surto recorde acontecido no início do ano passado, acabou suprimido pela recomendação, pura e simples, de execução das normas exigidas pelos fabricantes dos testes.
Note que a primeira notificação da OMS, a de dezembro, propiciou o que pareceu um abono de natal, sustado logo em seguida, exigindo com isso a reedição da tão óbvia recomendação.
De uma só feita, a suposição documentada acima solucionaria 2 mistérios, o do crescimento estrondoso do número de novas notificações, atribuindo-se a repetição do erro ao novo surto. O maremoto iminente teria assim a mesma causa do surto do fim do ano passado, a replicação indiscriminada do material genético durante a execução dos testes PCR, enquanto a ausência de óbitos a acompanhar o surto britânico decorreria simplesmente de uma gigantesca coleção de falsos positivos.
A cegueira dos meios de comunicação teria tido como origem, então, a composição do gancho para a próxima temporada.
Mas, e quanto às mortes? Se todo o pandemônio não passa de uma inundação de falsos positivos decorrentes de replicação excessiva durante a execução dos testes PCR, o que explicaria as mortes?
Já escrevi sobre isso, descrevendo como mortes em profusão decorreriam da expectativa de ocorrência do surto.
Na Holanda, a produção de um surto inócuo, mantida a supersaturação por curto tempo, sem a ocorrência de mortes foi ensaiada com sucesso em julho. No Brasil, por outro lado, o procedimento médico padrão para casos graves de covid, a intubação, consiste em verdadeira sentença de morte em hospitais cuja letalidade do procedimento é superior a 90%.
O risco de colapso do sistema, devido à instabilidade decorrente de supersaturação é real em grande parte do mundo. Em meio a toda a loucura em que fomos metidos, a descoberta de mais um plano macabro não seria mais desconcertante que inúmeras estranhezas que temos presenciado dia a dia.
Também podemos acreditar que tudo isso não passa de uma teoria de conspiração e que ninguém nos meios de comunicação do mundo inteiro ainda percebeu o maremoto a se agigantar ante nós.
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