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Um apocalipse enfastiado à vista, por Gustavo Gollo



Parece-nos indubitável que a humanidade esteja vivendo uma explosão demográfica brutal, que logo seremos 10, 11, 12 bilhões de pessoas enquanto um crescimento populacional irrefreável assola quase todo o planeta. O fato é tão notório que nos parece absurdo tentar negá-lo ─todos sabem que a bomba populacional é um problema estrondoso, um dos maiores da atualidade.

Seria curioso analisar a reação das pessoas se confrontadas com a informação contrária, de que a população humana está sofrendo um problema de infertilidade tão imenso que em uns 50, ou 150 anos não acontecerão mais nascimentos naturais, de modo que, por algumas décadas, nascerão apenas frutos de fertilizações altamente artificiais, até que a infertilidade crescente impeça essa possibilidade, resultando em um fim deprimente da humanidade, poucas décadas depois.

A informação é verdadeira. Estamos ficando estéreis, o que levará à extinção da humanidade.


A notícia parece inacreditável, especialmente em decorrência da exiguidade do prazo para tal ocorrência.

Recentemente, no entanto, um meta-estudo (um estudo baseado em outros estudos) bastante abrangente revelou o tamanho da bomba.



Os estudos sobre fertilidade humana vinham já há muito mostrando problemas gerais, incluindo queda na quantidade e na mobilidade dos espermatozoides. Estudos realizados entre 1970 e 90 revelaram que a concentração de gametas no sêmen humano estava caindo à taxa aterrorizante de 1,16% ao ano, enquanto o problema era magnificado pela piora da qualidade dos espermatozoides, cada vez mais imóveis e disformes. Podemos fazer uma ideia do tamanho do problema se o compararmos a uma taxa equivalente de redução na estatura da população, que corresponderia a uma redução anual de 2 cm na estatura humana, ou 20 cm por década.


Acresce que a convicção de que as causas de tão drástico efeito não se resumam a efeitos nos espermatozoides mas se apresentem em inúmeros processos vitais que ocorrem em nossos corpos é bastante sensata.

Se a situação já era alarmante na época, os novos estudos incendiaram o que já era catastrófico. Posteriormente, essa taxa subiu drasticamente chegando a 2,64%!, ou seja, a contagem de espermatozoides vem caindo a uma taxa crescente de 2,64% ao ano mostrando que a tragédia mais que dobrou, em 4 décadas. É como se a estatura da população fosse reduzida em mais de 5 cm anualmente, ou meio metro em 10 anos! São esses números que sustentam a suposição de que em torno de 50 a 150 anos, se nada for feito com urgência, a humanidade estará estéril. (Os números acima excluem África, América do Sul e partes da Ásia, onde a catástrofe é menor).

Mas, se estamos à beira de um tão desprezível apocalipse, por que os meios de comunicação não tratam do assunto, preferindo se ater, entre outros, a uma suposta explosão populacional já tão drasticamente controlada e revertida? Haverá relação entre a lamentável calamidade e a propaganda anti-humanista tão solidamente impingida, nos últimos anos?

É imperativo desvendarmos as causas da tragédia. Aparentemente, nem ao menos se sabem as causas da catástrofe. As raras referências que muito eventualmente tratam do assunto nos meios de comunicação têm se preocupado mais em camuflar as causas da calamidade que em desvendá-las, atribuindo-as falsamente a banalidades como a obesidade.


Sabe-se que um produto da desintegração de plásticos mimetiza um hormônio, substituindo-o nos processos celulares e causando transtornos nos organismos. Talvez seja essa a maior causa do cataclismo. Caso os plásticos de garrafas e embalagens alimentares em geral sejam os principais vilões, será possível reduzir seus efeitos, ainda que montanhas de plásticos venham se acumulando por todo o planeta.


Tanto o descaso, quanto a camuflagem do problema levam-nos a conjeturar estarmos sendo conduzidos a um apocalipse deprimentemente enfastiado idealizado por uma mente cínica e doentia.

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