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A Ciência Viva

de  Gustavo Gollo

Livros Científicos

Evolução de sistemas replicativos
 

Trecho do livro: "Se os diferentes replicadores gerados pela semente original têm aptidões distintas, quero dizer, se algumas das diferentes formas replicadoras povoando o universo têm mais habilidade para a replicação que outras, provavelmente essas formas mais aptas para a replicação deixarão um número maior de descendentes. Por esta razão, com o passar do tempo, o sistema tenderá a ser povoado por uma grande quantidade de replicadores muito aptos, e por um menor número de replicadores menos aptos para a replicação.

A evolução de tais sistemas tende a ser regida por um conjunto de regras que governam todos os sistemas replicativos. Nas páginas que seguem pretendo esboçar algumas das similaridades na maneira como os diversos sistemas evoluem de um instante ao outro, ou seja, tenciono explicitar algumas das regras subjacentes à evolução de sistemas replicativos."

 

Ensaios

 

Nesse livro proponho algumas surpresas. Inicio com uma menor: a unificação da ciência. Após uma breve digressão sobre o conhecimento contemporâneo, apresento a conclusão surpreendente de que a ciência está em vias de sofrer uma unificação. O significado e as bases dessa ocorrência são expostos no texto.

O ensaio seguinte parecerá, creio, ainda mais contundente. Nele proponho que uma parte considerável de nossas ações não é governada por nós mesmos, mas por entidades replicadoras autônomas, entre elas o poder. Nesse sentido, durante, provavelmente, a maior parte do tempo, agimos como zumbis controlados por estranhas entidades (permita o leitor que eu utilize aqui esse linguajar chamativo e esdrúxulo para apresentar uma ideia absolutamente racional).

A argumentação que sustenta e acarreta conclusão tão bizarra se baseia no fenótipo estendido, proposto por Dawkins, e na teoria dos replicadores. Entre outras coisas, explica a razão de estarmos, coletivamente, construindo a mortalha da própria espécie, ao detonar o planeta da maneira que o fazemos. Sob o surpreendente ponto de vista proposto, a estranheza de nossas ações suicidas (refiro-me ao suicídio ecológico coletivo) parece natural e justificada, embora não menos catastrófica.

 

Em seguida reuni uma coletânea dispersa detextos, conectados uns aos outros apenas de uma maneira tênue. Retomo antigos tópicos, como os replicadores e especiação, colocados sob roupagem um pouco diferente das anteriores. Outros temas ainda mais antigos também me assomaram, me levando a escrever sobre ciência e sobre o conhecimento em geral, além de umas considerações normalmente ocultadas sobre a importância e a originalidade da teoria da relatividade, e de digressões sobre outros temas esparsos, como as extraordinárias conjeturas de Mendell.

 

No ensaio final tento explicar um fato importantíssimo: o surgimento da reprodução sexuada. Esse modo surpreendente e custoso de reprodução tem uma importância imensa não só para a biologia, mas para a feição de nosso mundo; as coisas em torno teriam uma outra aparência não fosse esse fenômeno. Também já defendi anteriormente que o surgimento da reprodução sexuada corresponde a uma evolução de segunda ordem, a uma evolução do próprio mecanismo evolutivo.

 

Apesar da importância imensa do tema, não conheço explicação para o surgimento de fenômeno tão conspícuo e relevante. Tentei suprimir essa lacuna no conhecimento evolutivo contemporâneo. Para isso me baseei, uma vez mais, na ideia de fenótipo estendido, proposto por Dawkins. As conclusões a que cheguei são surpreendentes, mas me agradam tanto pela beleza, quanto pela racionalidade que as acarreta.

 

Espero que as páginas desse livro constituam um conjunto de viagens interessantes, surpreendentes e conclusivas. Também espero que representem uma boa ilustração do que considero o espírito da nova era, no qual a racionalidade científica transborda das fronteiras dos departamentos de ciências, se despoja de um formalismo desnecessário e pesado, e se difunde pelas mentes dos homens comuns, alheia às fronteiras usuais que constrangem a ciência.
A natureza é surpreendente e maravilhosa, e qualquer descrição razoável que se faça dela deve fazer jus a isso!

O jogo da ciência

 

A pergunta: “o que é a ciência?” permanece constrangendo os epistemólogos que continuam a ter dificuldade em dar uma resposta clara e sucinta à questão. Uma das razões para isso decorre da heterogeneidade da atividade científica, muito diversa em seus modos, não apenas nas áreas de estudo que enfocam.

Proponho aqui uma resposta muito simples: a ciência é um jogo, ou melhor, um conjunto de jogos. Alguns deles se assemelham a jogos de armar, outros a RPGs; há uma diferença considerável entre os vários jogos científicos, mas um espírito de curiosidade comum perpassa todos eles.

“O jogo da ciência” transcorre em dois níveis: são propostos diversos enigmas científicos e suas respectivas soluções. Simultaneamente, uma espécie de observador meta-científico analisa e explica a maneira como o jogo se desenrola.

 

 

 

 

Contrariamente à visão da maioria dos epistemólogos e cientistas, o texto enfatiza a ação criativa do cientista, sua atividade ficcional, criadora. A ciência proposta nas páginas desse livro não se prende a modelos pré-definidos, não se resume à solução de quebra-cabeças executados com peças pré-fabricadas. Enfatiza-se aqui a livre criação científica: analogamente ao ficcionista que cria o cenário e o enredo de sua trama, o cientista elabora não apenas suas próprias perguntas, seus próprios enigmas, mas constrói também as peças de seu próprio jogo. Tudo na ciência é uma enorme construção, uma imensa ficção, estranhamente colada à realidade, aqui e ali.

 

As propostas apresentadas são novas e originais; os assuntos tratados estão vivos e quentes. São apresentadas novas respostas para  algumas das questões biológicas mais fundamentais, como o surgimento do estranho fenômeno da reprodução sexuada, ou o surgimento das espécies biológicas que vemos ao nosso redor. O leitor é levado a participar do debate que está sendo travado, da construção real da própria ciência.

 

Abordam-se ainda outros temas fundamentais para o conhecimento, como a proposta de uma “biologia generalizada” capaz de expandir os conhecimentos biológicos para as ciências humanas e tecnológicas. Há uma análise do poder sob um enfoque radicalmente novo, e tão robusto quanto a própria biologia.

 

Várias outras questões marginais são ainda propostas e tratadas, sempre de maneira original e viva. O leitor é convidado a participar do jogo que transcorre vivamente. O livro deve ser lido, e vivido, como uma epopeia emocionante, como o relato de um jogo ocorrendo ao vivo. Divirta-se com esse antigo desafio, sempre renovado e de múltiplas facetas: o jogo da ciência. 

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